covidPor JON AIZPÚRUA

Essa expressão latina equivalente a "ano terrível" é provavelmente a mais utilizada pela generalidade as pessoas no momento de fazer um balanço do ano de 2020 que está para ser concluído, devido aos efeitos devastadores que a pandemia covid-19 tem provocado. Basta simplesmente pensar na tragédia que significa ter hoje o registro de 75 milhões de seres humanos infectados e 1,7 milhões de mortes em todo o mundo, após uma progressão que continua a crescer. Além disso, muitos dos que passaram pela doença carregam sequelas físicas e psíquicas cuja duração e importância ainda são desconhecidas.   Soma-se a isso a desaceleração econômica causada pela contenção do vírus, que afetou o modo de vida de grandes contingentes de pessoas, alcançando particularmente os mais pobres e impactando no ciclo regressivo que amplia a desigualdade entre as nações e dentro delas.

Um ano não é muito se considerada a história geral do mundo, mas o é na trajetória particular de cada pessoa. Será lembrado ingratamente poraqueles que sofreram a perda de entes queridos, pelos que adoeceram, pelos que perderam seu emprego ou sua empresa e enfrentam dificuldades e carências inesperadas. Também por aqueles que sofrem o confinamento doméstico na maior solidão, distanciados forçosamente de seus familiares e amigos, sofrendo pela tristeza ou afundados em quadros depressivos.

Autor: Jon Aizpúrua
Professor na Universidade Central da Venezuela desde 1981; economista diplomado em 1984; psicólogo licenciado em 1992, JON AIZPURUA faz brilhante carreira como intelectual, conferencista e escritor, membro que é da Associação Venezuelana de Escritores. É ex-presidente da Associação Espírita Internacional, CEPA, bem como do Movimento de Cultura Espírita CIMA, da Venezuela.

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QUE ALLAN KARDEC TENHA SIDO alguém com capacidades intelectuais ímpares, não restam dúvidas. Concordem ou não com os seus métodos, acreditem ou não em seus achados, há de se reconhecer que a obra legada por ele – o espiritismo – expressa uma doutrina coerente, cuja consistência em termos lógico, filosófico e científico pode ser atestada por quem quer que tenha se detido em seu estudo. Suas clareza de raciocínio, bagagem cultural e vocação científica transparecem em cada página dos cinco livros compilados e em toda a extensa Revista Espírita, criada e mantida quase que unicamente por seus esforços. Não menos notáveis eram sua humildade, sua firmeza de caráter e seu desprendimento pessoal, nobres valores que talvez não o tenham permitido angariar o merecido reconhecimento terreno enquanto vivia, haja vista estarmos acostumados desde muito antes de a.C. a aclamar egocêntricos, transigentes com o poder e as ordens mundanas e demais arrivistas. O tempo, contudo, senhor da verdade, garantirá de sobejo a Kardec, como garantiu a outros semelhantes, o lugar no panteão de um dos maiores e mais importantes pensadores da história.

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Coluna do CPDoc - Jornal Opinião - América Espírita – Ano XV - Nº 159 - dezembro 2008

Este livro, que acaba de ser lançado pela editora Annablume, de São Paulo, é resultado da tese de doutorado de Magali Oliveira Fernandes, defendida no Programa de Comunicação e Semiótica da PUC-SP, sob orientação da professora Jerusa Pires Ferreira. Nele constam algumas documentações bastante interessantes para se saber um pouco mais a respeito do médium mineiro Chico Xavier.

No primeiro capítulo do livro, a autora lida com o conjunto de notícias que envolviam a figura em pauta e todo o seu trabalho espírita – de produção de mensagens psicográficas e do atendimento ao grande público que o visitava regularmente em Minas Gerais, em Pedro Leopoldo e, depois de 1959, em Uberaba. Aliás, um conjunto de notícias divulgado na imprensa espírita, bem como na imprensa em geral. Com base nesse material, pôde-se ter uma noção de como o papel do médium Chico Xavier foi sendo construído perante a opinião pública, isto é, ele, de homem questionado por seus trabalhos espíritas no início de sua carreira, passou, aos poucos, a ser respeitado como cidadão brasileiro, para além dos adeptos do kardecismo.

Alcione Moreno
Autor: Alcione Moreno
Médica GO - Terapeuta Sexual, Secretária do CPDoc.

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Antonio Cesar Perri de Carvalho

IBGE Perri

Recentemente, em meados de maio de 2022, participamos de dois programas “on line” em que estabelecemos relações integradas sobre o movimento espírita, família e o contexto da atualidade. Atuamos nos programas “Roda de Conversa em Homenagem aos 75 anos da USE SP”, coordenada por Marco Milani, em que abordamos sobre as expectativas com relação ao futuro do movimento espírita1, e, em outro programa, desenvolvemos o tema “Papel da mãe na educação do espírito imortal”, com coordenação de Najla Loureiro em evento Associação Espírita Célia Xavier, de Belo Horizonte (MG).2
Nos dois eventos virtuais focalizamos o resultado de pesquisa recente sobre a religiosidade do segmento mais jovem do país efetivada pelo Datafolha e divulgada no início de maio de 2022.
A pesquisa do Datafolha3 mostra que entre os jovens de 16 a 24 anos, o percentual dos sem religião chega a 25% em âmbito nacional. Especificamente no Rio de Janeiro e São Paulo, o crescimento dos brasileiros que se dizem "sem religião" é ainda mais marcante, particularmente entre os jovens. Os sem religião na faixa etária de 16 a 24 anos são numerosos: em São Paulo chegam a 30% dos entrevistados, superando evangélicos (27%), católicos (24%) e outras religiões (19%); no Rio de Janeiro, chegam a 34%, também acima de evangélicos (32%), católicos (17%) e demais religiões (17%).
Os responsáveis pela pesquisa entrevistaram alguns especialistas sobre esse tema. Entre outras análises comentaram: "Então esse sujeito é sem religião porque não está vinculado a uma igreja, porque não frequenta, mas pode ter crenças relacionadas a alguma religião que já teve ou ter uma dimensão mais pluralista da religiosidade".3
Em contato com socióloga e pesquisadora do Instituto Superior de Estudos da Religião, Regina Novaes, essa observou que a fase dos 16 aos 24 anos, onde os "sem religião" são mais presentes, é uma fase de experimentação. Entre os fatores que podem explicar esse cenário há o aumento de famílias plurirreligiosas e a ampla rede de múltiplas fontes de informação, completamente diferente das faixas etárias, por exemplo, dos idosos, “cuja sociabilidade muitas vezes é restrita à família e à igreja”.
Há a hipótese de que "A maior parcela dos sem religião tem a ver com uma desinstitucionalização, o que quer dizer que o sujeito está afastado das instituições religiosas, mas ele pode ter uma visão de mundo e até mesmo práticas pessoais informadas por crenças religiosas".3
Nas análises de especialistas sobre a pesquisa do Datafolha parece-nos claro que "há uma trajetória de busca e experimentação que foi colocada para as novas gerações que não era colocada para as antigas"; o afastamento de instituições religiosas, e que há “outros modos de ter fé".
Esses dados da atualidade devem representar um estímulo para oportunas e rápidas análises e avaliações no contexto do movimento espírita, com destaque para as formas de atuação dentro dos centros espíritas; o nítido afastamento da faixa etária que foi um dos principais objetos da pesquisa do Datafolha que, especificamente, sobre a faixa jovem no segmento espírita, já vínhamos apontando resultados preocupantes do censo do IBGE de 2010.4
E, sem dúvida para o preparo e adequações necessárias para se lidar com as famílias dos frequentadores, e notadamente das faixas etárias jovens, que parecem não estar muito presentes ou ativas no seio do movimento espírita.4
Referências:

 1 Link para acesso do programa da USE-SP:

2 Link para acesso do programa da AECX:

3 Jovens sem religião superam católicos e evangélicos:https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/05/09/jovens-sem-religiao-superam-catolicos-e-evangelicos-em-sp-e-rio.ghtml; consulta em 27/05/2022.

4 Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões. Araçatuba: Cocriação. 2021. 632p.
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Coletivos EspíritasO CPDoc – Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (1988) realizou no dia 06 de março de 2021 entrevista virtual com três coletivos espíritas brasileiros: AEPHUS (Associação Espírita de Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais), de Goiânia; CEJUS (Coletivo de Estudos Espiritismo e Justiça Social), de São Paulo e GIRASSÓIS – Espíritas Pelo Bem Comum, de Fortaleza.

O evento, inserido no Projeto “Conhecendo os Coletivos” teve a participação de Sandro Henrique Ribeiro, pela AEPHUS, Carla Pavão, pelo CEJUS e Lídia Valesca Pimentel, pelo GIRASSÓIS.

Os coletivos são um fenômeno institucional recente no movimento espírita brasileiro. Ao que parece seu aparecimento guarda relação com o processo de polarização política que toma conta do país há anos e que se radicalizou durante a última eleição presidencial. São grupos que rompem com o conservadorismo do setor hegemônico e buscam traçar um roteiro de atividades com ênfase no aspecto social do Espiritismo.

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Capa Doca corte frente Márcia Aguiar corteMárcia, amiga querida. Ante sua viagem fora do combinado ao ladodelá, desdecá lhe envio este quase poema de lembranças, cadente como aquela estrela que risca o céu aos primeiros raios de sol.

Ainda guardo no peito a pressão do susto gerado pelas suas palavras lá, naquela tarde de sábado no CPDoc. Vejo seu olhar quando, fixando-me, segurava pequenos soluços e escondia furtivas lágrimas a lhe escorrer nas maçãs da face. Ao falar de Doca, você me surpreendeu, me tirou do lugar da apreensão e me transportou para a outra margem da estrada, como se usasse suas mãos macias num afago de plumas a acomodar assim, ternamente, o susto que não deveria ter nascido em mim naquele instante.

Sabe, amiga, a apreensão, a inquietação, essas coisas que nos assaltam quando nos colocamos diante do abismo que infantilmente criamos, estavam ali, ambas, ao derredor de minh’alma. Sem saber disso, você desenrolou um pergaminho de considerações afetuosas para dizer de minha Doca as coisas que um espírito deveras sensível recolhe, dobra e guarda com carinho na gaveta da esperança. Depois? Depois, na hora certa, põe como relevo macio e forte, em sons suaves de melodia terna, para que todos sorvam a seu modo e sorriam pelo modo seu.

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Congressso Cepa ArgentinaDepois de ver frustradas todas as suas expectativas para a realização do XXIII congresso internacional marcado para o ano de 2020, a Associação Espírita Internacional decidiu a nova data em novo formato. O congresso será todo ele feito pelas redes sociais neste ano de 2021. O XXII Congresso da CEPA (foto) ocorreu em Rosário, Argentina, em 2016.

Desde que a pandemia se instalou em março de 2020, atingindo todo o planeta, a CEPA vem procurando uma nova data para realizar o conhecido evento, antes previsto para ocorrer na Espanha, em outubro passado. Cientes, porém, das incertezas geradas pela COVID-19, não permitindo vislumbrar em cenário próximo eventos presenciais seguros, o Conselho Executivo da CEPA decidiu programar o congresso para este ano, no formato virtual.

O comunicado da CEPA esclarece a decisão:

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Em 2016 fui a Cuba participar de um congresso acadêmico. Em visita a antiquários de Havana, me deparei com cartazes à venda. Um deles estampava inusitado quadro político, com Jesus portando um rifle em seu ombro, fato que me levou a adquiri-lo imediatamente (tela à esquerda, de Alfredo González Rostgaard, 1969).  Não por eu concordar com ou defender a imagem que o cartaz trazia de Jesus, qual seja, a de um Jesus guerrilheiro comunista, mas sim pelo insólito da situação e o meu interesse sociológico no tema. Afinal, a cruz em que Jesus foi morto e torturado é insígnia que vem servindo de maneira contraditória como justificativa para a existência de exércitos e Estados guerreiros, arautos da defesa da riqueza e da opulência terrenas, quando não do extermínio mútuo. Já um Jesus vivo, com a feição humana, sóbria e determinada, como que equipado para a revolução terrena, embora esta última caracterização também possa ser considerada fantasiosa, é raridade entre suas representações. Pois desde que Roma decidiu pelo advento oficial do cristianismo como religião de Estado, Jesus passou a sinalizar a bênção à salvaguarda da(s) ordem(ns) estabelecida(s). Algo que, se interpretado à luz de suas ações misericordiosas, de seu rechaço às jogatinas políticas, à tradição morta dos ritualismos, às suntuosidades e suas lições sobre o amor universal, não tem a menor razão de ser.

 Nos últimos tempos, no entanto, algumas interpretações do Evangelho de Jesus têm sublinhado seu caráter social, seu amor pelos pobres, humilhados e deserdados de toda a sorte, o que o aproximaria, em tese, às correntes socialistas e até mesmo comunistas dos séculos XIX e XX. Partindo da Teologia da Libertação nos anos 1960-70 vimos, no espiritismo daquela época, grupamento de teor político semelhante, corporificado no Movimento Universitário Espírita, o MUE. Na atualidade, são notórios os surgimentos de alguns evangélicos à esquerda do espectro político, como o pastor Henrique Vieira, assim como os denominados Espíritas Progressistas. Destarte, uma miríade de personagens que contestam a imagem predominante das religiões cristãs junto a muitos movimentos sociais de esquerda, qual seja, a de “ópio do povo”, na célebre definição de Karl Marx – instituições voltadas a legitimar de maneira teológica a existência das classes dominantes e seus interesses – disputam a feição que as denominações ou doutrinas elaborarão de Jesus. No entanto, por mais que seja muito bem-vinda, a meu ver, a existência de tais correntes politicamente progressistas que intentam modificar a apropriação usual da figura de Jesus, acho por bem frisar alguns pontos. De um lado, o cristianismo pode correr o risco de ser subsumido a razões estritamente materiais e políticas de época. De outro, se nada for feito, também há a possibilidade de permanecer como quase sempre foi, ou seja, esteio ou máscara de hipócritas, egoístas, vigaristas, sedentos pelo poder e estelionatários da fé, triste espetáculo a que os séculos dos séculos assistem. Nenhuma dessas soluções faz jus seja à figura histórica de Jesus, seja à profundidade e ao conteúdo de sua pregação. E nenhum movimento político destituído de qualquer ideia de transcendência, por sua vez, logrou edificar uma utopia que fosse digna desse nome. Examinemos essa relação mais de perto.

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Coluna do CPDoc - Jornal Opinião - América Espírita – Ano XV - Nº 158 – novembro 2008

Bioética e Espiritismo são áreas do conhecimento que se aproximam na medida em que questões relativas à bioética lidam com a expressão material da vida, mas também com as suas relações com o Espírito. Por isso, acredito que é possível produzir uma contribuição a partir da filosofia espírita para as chamadas questões de vida, que têm sido objeto de estudo desta nova ciência intitulada bioética, que surgiuhá 30 anos e estuda as dimensões morais das ciências da vida e do cuidado da saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas num contexto multidisciplinar.

Os princípios que fundamentam a concepção da bioética podem ser respaldados, a partir da concepção espírita, por estarem em absoluta concordância com as leis naturais que regem o universo e que indicam o que o homem deve fazer para ser feliz. Essa lei (divina ou natural, segundo Kardec) está escrita em nossa consciência. O instrumento para distinguir o bem e o mal, segundo a visão espírita, é o uso da inteligência, que permite o discernimento, mediada pela vontade que se mobiliza no sentido de fazer o bem, a máxima de amor capaz de estabelecer novos patamares de relação entre os seres humanos e impor um novo status evolutivo para a humanidade.

Ademar Arthur Chioro dos Reis
Autor: Ademar Arthur Chioro dos Reis
Médico sanitarista e professor universitário. Membro do CPDoc e do Centro Espírita Allan Kardec (Santos-SP)

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Alexandre Caroli Rocha, formado em Letras pela UNICAMP, defendeu em 2001, junto ao Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária, do Instituto de Estudos da Linguagem (UNICAMP), sob orientação do Prof. Dr. Haquira Osakabe, dissertação de mestrado intitulada “A Poesia Transcendente de Parnaso de Além Túmulo”, tomando como objeto de estudo o conhecido livro psicografado por Francisco Cândido Xavier, composto por 259 poemas atribuídos a 56 poetas brasileiros e portugueses.

No estudo o autor procura levantar questões como a autoria, o pastiche, o estilo, os limites do literário. Parte do histórico das edições de Parnaso; dos poetas apresentados como os autores espirituais; dos conteúdos da antologia e das repercussões de Parnaso no meio espírita e na imprensa em geral. A partir daí, desenvolve cinco estudos, analisando três poetas portugueses, João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, e dois brasileiros, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, procurando conhecer que pontos em comum existem entre poemas de Parnaso e a obra de autores a quem são atribuídos. Segundo Alexandre, “os resultados desses cotejos sugerem que os poemas de Parnaso não seriam o produto de uma simples imitação literária”.

O autor procura, ainda, analisar a configuração autoral e a intenção probatória da antologia; alguns pressupostos do entendimento espírita de arte; a inspiração literária e o espiritismo; Chico Xavier e a psicografia e, por fim, os propósitos persuasivos da literatura espírita.

Ademar Arthur Chioro dos Reis
Autor: Ademar Arthur Chioro dos Reis
Médico sanitarista e professor universitário. Membro do CPDoc e do Centro Espírita Allan Kardec (Santos-SP)

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David SantamariaimagesNo próximo dia 10 de abril, a Associação Espírita Internacional, CEPA, estará fazendo o lançamento da Coleção Livre-Pensar Espírita – o Espiritismo para o Século XXI.
A coleção, que conta com o apoio do CPDoc, em sua primeira série com oito títulos, no formato e-book, tem por finalidade apresentar os posicionamentos teóricos do chamado espiritismo laico e livre-pensador.

No lançamento, três primeiros livros já estarão disponibilizados em português e espanhol: O Espiritismo na Perspectiva Laica e Livre-Pensadora, de autoria de Salomão Jacob Benchaya e Milton Medran Moreira; Mediunidade: Intercâmbio entre dois Mundos, de Ademar Arthur Chioro dos Reis e Yolanda Clavijo; e A Imortalidade da Alma, de David Santamaría.

A informação foi dada no último dia 28 de fevereiro por Salomão Benchaya, secretário executivo da CEPA, que promete para os próximos dias a liberação de um material completo sobre a coleção.

David Santamaria e Yolanda Clavijo são autores de dois dos
primeiros livros 
a serem lançados.

Assessor explica a coleção

Ademar Arthur Chioro dos Reis, assessor especial da presidência da CEPA, no site da associação, esclarece o projeto da coleção livre-pensar: "o Conselho Executivo da CEPA, em parceria com o Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc), uma instituição formada por pensadores espíritas de várias partes do Brasil, desenvolveu um ambicioso projeto que começa a tomar corpo a partir deste ano: a coleção Livre-Pensar – espiritismo para o século XXI.

Esta coleção tem por finalidade apresentar, de forma sintética, porém sem prejuízo da precisão conceitual, os posicionamentos teóricos do espiritismo laico e livre-pensador, que tem se desenvolvido no Brasil, nas Américas e na Europa nos últimos anos, e se caracteriza por ser um outro olhar, contemporâneo, sobre o espiritismo fundado por Allan Kardec em 1857, a partir da publicação de sua obra magistral, O Livro dos Espíritos, e de sua institucionalização e popularização em vários cantos do planeta.

À medida que foi se disseminando, o espiritismo submeteu-se a processos de absorção e miscigenação ao conjunto de saberes e às práticas religiosas e sociais próprias do contexto cultural de cada sociedade e de cada época. No caso do Brasil, por exemplo, o processo histórico encontrado pelo espiritismo resultou na formação de mais uma religião de caráter cristão, em prejuízo dos princípios de racionalidade e livre pensamento propostos por Allan Kardec nos primórdios do espiritismo. O espiritismo, a bem da verdade, tornou-se uma religião menor, secundarizada perante as religiões cristãs hegemônicas.

Daí a necessidade, para os espíritas reunidos em torno da CEPA, de uma releitura do pensamento espírita, na tentativa de resgatar a generosa e potente proposta de Allan Kardec, que buscava construir uma filosofia espiritualista, laica, livre-pensadora, humanista e progressista, características fundamentais que precisam ser retomadas para que o espiritismo possa acompanhar o progresso dos conhecimentos, da ética e da espiritualidade no mundo contemporâneo".

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Conta-me familiar que atua em escola pública de Londres episódio recorrente no mundo. Para integrar as crianças, oriúndas de diferentes religiões, foi programada visita a uma igreja evangélica, ocasião em que seria gravada música de temática universal, com todas as vozes. Marcada para o período da tarde (as crianças freqüentam dois períodos), à hora do almoço, as mães e pais de origem muçulmana retiraram seus filhos, praticamente esvaziando a visita, para desgosto da diretora.

Esse microcosmo, desde cedo semeado, não encontra barreiras no tempo. Sem pretender estigmatizar-se este ou aquele profitente, porquanto ao longo da história, também cristãos de várias vertentes, e judeus, defenderam e defendem crenças, territórios e patrimônios, está em análise a divisão entre os seres humanos, sob um pretenso argumento divino. Não é por menos razão que Deus esteja no palco, hoje, como nunca, visto por analistas ávidos por comprovações, exigências, coerências, tanto quanto atacado pela fragilidade de argumentação de seus apoiadores.

O tema “religião”, que interessa sob o aspecto sociológico, foi objeto de um debate entre os professore Samuel Huntington, da Universidade de Harvard (EUA) e Anthony Giddens, da London School of Economics (Londres), na Itália, em 2003. Huntington defende o pensamento de que há “um choque de civilizações”, referindo-se às diferenças entre o Ocidente e o Oriente Médio, enquanto Giddens não crê que o principal conflito da nossa era seja o embate entre civilizações, mas o que opõe o cosmopolitismo ao fundamentalismo.

José Rodrigues
Autor: José Rodrigues
Economista e jornalista, um dos fundadores e editores do site Pense - Pensamento Social Espírita e fundador da ARS - Ação de Recuperação Social, de Santos-SP

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É com muito júbilo que os espíritas comemoram neste ano o sesquicentenário da Revista Espírita. O primeiro exemplar saiu em janeiro de 1858. Antes de seu passamento, em31 de março de 1869, Allan Kardec deixou pronta a edição de abril. As edições de maio e junho, póstumas, contêm informações detalhadas sobre o seu desencarne, biografia e material inédito. Ao todo são doze volumes, que podem ser considerados como parte da Kardequiana, composta por mais de 30 obras, se incluirmos a sua correspondência (rara e dispersa), livros introdutórios ao Espiritismo, prefácios e verbetes para enciclopédias etc.

Durante muito tempo essa obra volumosa e rica de informações históricas, de idéias, de teorias experimentais, esteve restrita a poucos privilegiados que possuíam condições de adquiri-la e de lê-la em francês. Por muitos anos a Federação Espírita Brasileira preferiu investir em obras caras e inúteis do ponto de vista espírita, como a coleção de quatro volumes de Os Quatro Evangelhos, de Roustaing e várias outras obras roustainguistas. Não fosse o esforço hercúleo do escritor e tradutor Júlio Abreu Filho, apoiado pelo jornalista e filósofo espírita José Herculano Pires e a editora espírita Edicel, essa coleção monumental permaneceria no limbo, longe do alcance da comunidade espírita. Júlio Abreu Filho criou a editora Édipo para lançar a coleção, no início dos anos 60. Posteriormente encampada, em termos editoriais, pela Edicel, mediante o esforço de seu proprietário, Frederico Giannini.

É de Júlio Abreu Filho, um dos maiores eruditos que o Espiritismo brasileiro já conheceu, a visão da revista como um laboratório, um espaço de experimentação doutrinária, conceitual, instrumento indispensável de Kardec: “foi o seu mais importante instrumento de pesquisa, verdadeira sonda para a captação das reações do público, ao mesmo tempo, instrumento de divulgação e defesa da Doutrina. Mais do que isso, porém, constitui-se numa espécie de laboratório em que as manifestações mediúnicas, colhidas por todo o mundo, eram examinadas à luz dos princípios de O Livro dos Espíritos e controladas pelas experiências da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e pelas novas manifestações espirituais recebidas.” (Revista Espírita – 1858 - Apresentação – Edicel – grifo meu)

Eugenio Lara
Autor: Eugenio Lara
Arquiteto e design gráfico, é membro-fundador do CPDoc, expositor do InstitutoCultural Kardecista de Santos, do Centro Espírita Allan Kardec, de Santos, e um dos coordenadores do site PENSE – Pensamento Social Espírita.

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Artigo publicado originalmente na Coluna do CPDoc - Jornal Opinião - América Espírita – Ano XV - Nº 157 – outubro 2008

Podemos afirmar que o espírita, como todo ser humano moderno, sofreu e ainda sofre influências das crenças e religiões vividas através das suas múltiplas reencarnações, em sociedades com características profundamente religiosas, as quais deram origem aos mais importantes movimentos artísticos até hoje cultuados. Este mesmo ser humano se vê hoje inserido em uma nova filosofia – a Filosofia Espírita – a qual lhe atribui uma progressiva e sucessiva evolução e lhe confere toda a responsabilidade de seus pensamentos e ações, através do livre arbítrio. Assim sendo, tira de Deus o julgamento do que se popularizou chamar de seus pecados, pois essa filosofia dá ao indivíduo um caráter evolutivo, passível de erros na construção de seu caráter, em uma caminhada na busca da perfeição.

Um dos principais papéis atribuídos à arte até então, o da divulgação dessas crenças, para uma sociedade inculta e supersticiosa, suscitando no indivíduo o medo de uma punição divina e implacável, perde a sua função. Na Filosofia Espírita, tais características não deveriam encontrar eco. Mesmo assim, sentimos esta influência no movimento espírita quando vemos a utilização errônea da arte na divulgação de idéias e princípios que às vezes fogem aos conceitos basilares do Espiritismo.

Márcia Regina Roberto Aguiar
Autor: Márcia Regina Roberto Aguiar
Educadora, artista e participante do CPDoc e da CEPAmigos.

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Na última reunião do CPDOC realizada no Centro Espírita Ângelo Prado, na cidade de Santos, em fevereiro de 2008, tivemos a grata surpresa de acompanhar o trabalho dos meninos e meninas da pré-mocidade do Centro Espírita Allan Kardec, os quais nos brindaram com um excelente trabalho de pesquisa em forma de questionário, cujo título era “A visão dos espíritas laicos e dos espíritas religiosos sobre: Carma, Livre-arbítrio, Lei de Causa e Efeito, Provas e Expiações”, tendo sido este trabalho orientado pelo nosso dinâmico e competente Ademar.

Gostaria de fazer algumas breves reflexões sobre este trabalho, obviamente sem analisar pormenorizadamente o conteúdo do mesmo, em razão destas linhas serem insuficientes a uma análise mais aprofundada do tema, no entanto, desde já recomendo aos dirigentes de Centros Espíritas ligados a CEPA na baixada santista e de outras regiões, que convidem estes jovens para a exposição do trabalho em suas casas espíritas, pois estou convencido que a temática abordada por eles é extremamente pertinente para uma reflexão espírita atualizada sobre tais temas.

A primeira observação que tenho a fazer diz respeito à consciência que estes jovens já possuem das diferentes visões de Espiritismo existentes em nosso movimento, o que eles mencionam logo no título de seu trabalho com a seguinte expressão “a visão dos espíritas laicos e dos espíritas religiosos”.

Ricardo Moraes Nunes
Autor: Ricardo Moraes Nunes
Oficial de Justiça, participante do C.E. Maria Amélia no Guarujá, membro do CPDoc, secretário adjunto da CEPAmigos.

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Coluna do CPDoc - Jornal Opinião - América Espírita – Ano XIV - Nº 151 – Abril 2008

Atualmente, no consultório de ginecologia e obstetrícia, uma das queixas mais importantes é sobre sexualidade e relacionamento conjugal.

Com as vicissitudes do dia-a-dia, casais com a vida agitada, muito trabalho profissional, stress, economia familiar apertada, desenvolvem causas físicas, psicológicas e espirituais, muitas vezes refletidas na sexualidade humana.

Alcione Moreno
Autor: Alcione Moreno
Médica GO - Terapeuta Sexual, Secretária do CPDoc.

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O estudo do ser humano nos leva a reconhecer que as instituições, as leis de um povo, são a reprodução, a imagem fiel de seu estado de espírito e de consciência, e demonstram o grau de civilização ao qual ele chegou. Para melhorar o todo, é preciso melhorar cada célula social, isto é, cada indivíduo ”.1
1 Leon Denis

Totalmente acostumados a reclamar (no sentido mais desprezível da palavra, pois reclamar pode ser uma excelente atitude, toda vez que significar irresignação consciente, inconformismo, atitude, busca de mudança, etc.), talvez não estejamos ainda em condições de compreender a magnitude da lição espelhada no texto supra citado, da lavra de Leon Denis.

Sem tomar qualquer atitude consistente contra o aumento excessivo de impostos, preferimos sonegá-los e repetir, feito papagaios, que “o governo nos rouba com tanta tributação”. Extremamente acomodados no nosso niilismo, maldizemos os representantes políticos, nivelando todos pelos menos dignos da classe. Como se pertencêssemos a algum planeta distinto, condenamos a sociedade pela sua postura comodista e conivente com os desmandos dos políticos e das autoridades. Desvalorizando as conseqüências das nossas ações individuais no grupo ao qual pertencemos, condenamos os comerciantes, os ricos, os pobres, os Bancos, as Escolas, os educadores e os educandos. Esses exemplos bastam, mas, é claro, poderiam ser citados vários outros.

Jacira Jacinto da Silva
Autor: Jacira Jacinto da Silva
Juíza de direito em Bragança Paulista, espírita de nascimento, membro do CPDoc e Presidenta da CEPAmigos.

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Coluna do CPDoc - Jornal Opinião - América Espírita – Ano XIV - Nº 150 – Março 2008

Espírita, formada em jornalismo, mestre e doutora em Comunicação Social, Magali desenvolveu sua pesquisa entrevistando livreiros, editores, historiadores e mergulhando por meses nos arquivos históricos de Salvador. Procura “compreender no que teria consistido o ideário espírita no Brasil, no século XIX, observando como se realizou uma tradução editorial e cultural, no mínimo curiosa”.

O trabalho mostra que Luiz Olímpio, embora oriundo de extratos médios da sociedade, como assistente de bibliotecário e autodidata tinha acesso a todas as obras que chegavam à Bahia. Capitão reformado da Guarda Nacional, bibliotecário, taquígrafo na Assembléia Legislativa, membro do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, jornalista e professor, entre 1866 e 1874, cuidou na Bahia da publicação e divulgação de vários textos espíritas e do primeiro periódico kardecista em língua portuguesa, o Echo de Além Túmulo, promovendo a introdução do espiritismo entre o público brasileiro. Figura singular, afirmava ser um missionário da espiritualidade, trazendo a nova mensagem da “Bahia para o resto do mundo”.

Ademar Arthur Chioro dos Reis
Autor: Ademar Arthur Chioro dos Reis
Médico sanitarista e professor universitário. Membro do CPDoc e do Centro Espírita Allan Kardec (Santos-SP)

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Recentemente foi publicado o livro “Túnel de Relacionamentos” pela Editora EME, de Capivari (SP), escrito por Marcelo Henrique Pereira, advogado, auditor público, professor universitário e mestre em ciência jurídica. O autor é membro do CPDoc e estudioso dos temas “adolescência e sexualidade”, os quais são encontrados com destaque em sua obra, que versa sobre os relacionamentos afetivos, amorosos e sexuais.

Entre os muitos capítulos do livro que tratam destas questões, Marcelo analisa as questões afetas ao “Planejamento familiar” e à “Homossexualidade”. Sobre o planejamento familiar, aponta a importância do livre arbítrio na decisão de ter (ou não) filhos, as sugestões que recebemos dos Espíritos quanto à escolha e afasta a idéia de “destino”, em que os encarnados estão apenas cumprindo um papel como sendo personagens de uma história já traçada. Quanto à homossexualidade, aponta que o homossexual não é um ser que está condenado a carregar um fardo por ser diferente dos demais, tampouco abraça a idéia simplista de buscar a explicação para o comportamento homossexual relacionada à constância de encarnações do ser sob a mesma polaridade sexual (várias encarnações sucessivas como homem ou como mulher), o que levaria erroneamente a se supor que alguém, em determinada encarnação, pudesse nascer com o sexo oposto à sua “tendência” e, por isso, não se adaptaria ao novo corpo, optando por vivências homossexuais. De qualquer modo, os estudos de Marcelo Henrique proporcionam a salutar análise das questões pontuais de nosso presente, sendo um estímulo ao debate espírita e a novos estudos nesta área.

No livro é possível encontrar temas tanto para adolescentes quanto para adultos, pais e educadores, bem como pessoas que tenham interesse em temas atuais, esclarecendo alguns aspectos que merecem estudo e ainda estão carentes de bibliografia e orientação espírita. É fruto de estudos e vivências do autor, por mais de duas décadas, procurando levar o leitor a uma viagem pelo túnel da descoberta de si próprio, incluindo seus sentimentos, medos, ansiedades, dúvidas e também na descoberta e aceitação do outro enquanto individualidade e espírito em processo constante de aprendizagem.

Júlia Cristiane Schultz Pereira
Autor: Júlia Cristiane Schultz Pereira
Administradora, mestranda em administração, professora universitária, educadora, palestrante e articulista espírita, secretária do Centro Cultural Espírita Herculano Pires, diretora de comunicação social da Associação dos Divulgadores do Espiritismo de Santa Catarina participante do CPDoc.

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Entrevista prestada a José Rodrigues especialmente para esta coluna do CPDoc em duas edições do Jornal Opinião - América Espírita – Ano XIV - Nº 147 – Novembro 2007 e Nº 148 – Dezembro 2007

Em pesquisa desenvolvida recentemente no CPDoc, a Dra. Jacira Jacinto da Silva* investiga as causas da criminalidade e os melhores caminhos para sua solução, com abordagem prática e realista. Como resultado deste trabalho, ela acaba de lançar o livro Criminalidade: educar ou punir (Edições CPDoc), que busca responder às questões referentes ao tema, com base na ciência do Direito e no Espiritismo.

Esta é a segunda parte de entrevista prestada a José Rodrigues** especialmente para esta coluna.

Jacira Jacinto e José Rodrigues
Autor: Jacira Jacinto e José Rodrigues
Jacira Jacinto da Silva Juíza da 3ª. Vara Cível de Bragança Paulista (SP), presidenta da CEPAmigos e participante do CPDoc. José Rodrigues Economista e jornalista

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O CPDOC Iniciou suas atividades em 1988, fruto do sonho de jovens espíritas interessados na inserção da crítica coletiva como prática estimuladora ao aperfeiçoamento dos trabalhos.

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