Artigo publicado originalmente na Coluna do CPDOc - Jornal Opinião - América Espírita – Ano XIII - Nº 142 – Junho 2007
Esta obra de Paulo Henrique de Figueiredo, publicada pela Editora Lachâtre resgata o pensamento de Mesmer, este brilhante médico, fundador do magnetismo animal.
É uma tradução inédita, integral e comentada das obras de Mesmer. Em um só volume encontramos: “Memória sobre a descoberta do magnetismo animal”, 1779; “Resumo Histórico dos fatos relativos ao magnetismo animal” 1784; “Memória de F.A. Mesmer”, doutor em medicina, sobre suas descobertas, 1799; e as anotações de seus alunos; “Aforismos de Mesmer”, 1785; também com uma biografia e a história, revista, da medicina.
A descoberta do médico alemão abalava as estruturas de uma ciência que servia aos próprios interesses. E ele e o Magnetismo animal foram excluídos do meio científico.
Até hoje Mesmer é estigmatizado como charlatão. A obra de Paulo Figueiredo mostra, desconstruindo a “versão oficial” que ele sempre usou o método experimental em suas pesquisas, muito antes dos médicos materialistas, e sempre clamou pela pesquisa a todas as academias científicas importantes da época.
Quando Allan Kardec faz referência ao magnetismo, nos livros da Doutrina Espírita, não está falando da propriedade do imã. Ele refere-se à ciência criada pelo médico Franz Anton Mesmer. Essa ciência abriu caminho para o surgimento do Espiritismo e foi considerada por Kardec como ciência irmã.
“Espiritismo e magnetismo animal são duas partes de um mesmo todo, dois ramos de uma mesma ciência, que se completam e se explicam um pelo outro”.
Na Revista Espírita de 1858 Kardec relata “Se devêssemos ficar de fora da ciência magnética, nosso quadro estaria incompleto, e se poderia nos comparar a um professor de física que se abstivesse de falar da luz. (...) Falarei apenas acessoriamente, mas suficientemente para mostrar as relações íntimas das duas ciências que, na realidade, não fazem senão uma”. Isso porque, segundo ele, na França, o magnetismo tinha instituições especiais devidamente autorizadas para tratar o assunto com mais propriedade. “Tornar-se-ia supérfluo cair sobre um assunto tratado com a superioridade do talento e da experiência”, concluiu Kardec.
Atualmente, as obras básicas do Espiritismo estão difundidas no Brasil. Mas Kardec não poderia prever que a ciência do magnetismo animal seria abandonada, suas intituições extintas, e suas teorias esquecidas, impedindo um completo entendimento da Doutrina Espírita.
Uma conspiração calou Mesmer e suas descobertas. Duzentos anos suas obras ficaram nas prateleiras da Biblioteca Nacional da França, e hoje através das pesquisas de Paulo Henrique de Figueiredo suas teorias são resgatadas.
Este livro foi lançado no CPDoc em 2006, e sugiro como leitura essencial não só aos espíritas, mas a todos os interessados nas origens da psicologia, hipnose, psicanálise, homeopatia, etc.