Sistêmico vem da raiz grega syn + histanai que significa colocar junto, pensamento sistêmico significa colocar o ser em um contexto, estabelecendo a natureza de suas relações.
Podemos entender pensamento sistêmico através de termos como: complexidade, instabilidade e intersubjetividade e a importância da relação entre os diversos sistemas.
Com a máxima “O todo é maior que a soma das partes” ele nos oferece uma forma de pensar mais abrangente, estudando cada ser em si mesmo, como um ser autopoiético e este ser junto ao seu entorno, através de relações e trocas com o meio externo.
Entendemos autopoiético, segundo os filósofos e cientistas chilenos H. Maturana e F. Varela, como sendo todo o ser que se autocria, pois a palavra grega autopoiese vem de auto-próprio e poiese-criação. Cada ser é responsável por seu desenvolvimento, sendo este sempre criativo, independente do grau de evolução que ele tenha.
Quando um ser vivo se isola ele perece. Só a troca com o meio ambiente e com os outros é que proporcionará seu desenvolvimento, seu aprendizado (cognição), seu viver. Cada ser tem em si suas qualidades inerentes, seu desenvolvimento de muitas e muitas evoluções, tanto físicas quanto espirituais.
Existe uma interação com o meio, mas depende de cada ser sua resposta. Cada um tem o seu potencial interno e cria possibilidades de adaptação, tudo é dinâmico. São sistemas dinâmicos e complexos, que mudam ao longo do tempo.
Capra, em seu livro “A teia da Vida” refere: “O duplo papel dos sistemas vivos, como partes e totalidades, exige a interação de duas tendências opostas: uma tendência integrativa (aberta) que os inclina a funcionar como partes de um todo maior, e uma tendência autoafirmativa, ou auto organizadora, ou autopoiética (fechada) que os leva a funcionar para a preservação de sua autonomia individual.
Capra no mesmo livro resume o pensamento sistêmico utilizando termos como: “unidade autopoiética” para o ser em evolução, “cognição” para a perspectiva processual e a estrutura está implícita no “ambiente”.
E. Vasconcellos em seu livro “ Pensamento Sistêmico – O novo paradigma da ciência” afirma que além de ser um pensamento “contextual” e “processual” (em Capra) pensamento sistêmico tem que ser também “relacional”, no sentido de estar necessariamente relacionado ao sujeito/observador.
Com os conceitos de autopoiese, cognição e estrutura pensei, como observadora, unidade autopoiética como sendo o Espírito, estrutura como sendo o plano espiritual e numa perspectiva processual de cognição, a reencarnação. Conforme figura abaixo:
O Espirito como unidade autopoiética, imortal, único, autônomo, “ fechado” no que diz respeito a sua organização, mas “aberto” enquanto conexão com outros espíritos e com seu entorno.
Penso como estrutura a integração do meio físico com o extra físico ou como nos ensina Kardec do mundo corpóreo com o plano/mundo espiritual, tudo se integra numa grande rede, a teia da vida.
E perspectiva processual como cognição, a Reencarnação.
Sistemas dentro de sistemas, como nós em uma teia, a teia da vida, segundo Capra ou como uma flor de loto, segundo Llamazares, ou como uma nuvem, segundo E. Vasconcellos.
A vida é um continuo, não existe morte, só transformação. Tudo está conectado, todos são importantes, o ser humano não vive sem bactérias. Não há necessidade de ganância, de poder, de orgulho, somos um processo, complexo é verdade, único em nossa individualidade, autopoiético. Precisando do outro para sobrevivência e melhoria do todo, numa intersubjetividade, nesta estrutura de plano espiritual e corporal integrado e num processo de cognição, sendo a reencarnação uma possibilidade.
Alcione Moreno