O todo é sempre maior do que a soma das partes, este é o pensamento sistêmico que, empregando como referência bibliográfica Fritjof Capra e Allan Kardec, tecemos alguns comentários sobre a evolução e o espiritismo.
Até o século XIX o pensamento vigente era: todas as criaturas foram criadas por Deus, e através da reprodução perpetuariam suas espécies na Terra. As formas biológicas foram fixadas de uma vez para sempre, sendo imutáveis.
Lamarck foi o pioneiro em teorizar que as espécies não são fixas, elas mudam com o tempo e dependem do meio ambiente.
Depois com Darwin e Wallace descortinaram a seleção natural, o meio existe e os organismos vivos tem que se adaptar para não perecerem.
Nesta época não se sabia nada sobre genética; um monge, Mendel, através de suas experiências com ervilhas inicia-nos ao vislumbre da hereditariedade.
Através dos estudos do neodarwinismo, com a descoberta de genes, cromossomos, DNA, RNA, projeto genoma, progredimos muito no conhecimento biológico.
Desta forma, parte do pensamento no século XX ficou focado nestes descobrimentos;, tudo girava em torno do DNA, todas as doenças e toda a solução para elas.
Outra linha de pesquisa focou na célula, principalmente na membrana celular, que é uma organela que a envolve. Tudo seria resolvido através da troca que acontece entre o meio interno da célula e o meio externo do ambiente.
Dividido o conhecimento em DNA cêntrico e Célulo cêntrico ele não contemplava todo o desenvolvimento evolutivo dos organismos vivos, tentando só estudar cada parte, não se entendia o todo, e muitos estudiosos iniciaram estudos multidisciplinares, unindo biólogos, químicos, físicos, matemáticos etc., percebendo que o todo é maior do que a soma das partes, dando o nome de pensamento sistêmico.
Utilizando-se a palavra “sistema” para indicar organismos vivos e sistemas sociais significando uma totalidade integrada, o pensamento sistêmico passou a indicar a compreensão de um fenômeno dentro do contexto de um todo maior.
A raiz da palavra “sistema” deriva do grego syn + histanai (“colocar junto”). Compreender as coisas sistemicamente significa literalmente colocá-las em um contexto, estabelecer a natureza das suas relações.
Ao longo de todo o mundo vivo, encontramos sistemas vivos aninhados dentro de outros sistemas vivos.
O duplo papel dos sistemas vivos, como partes e totalidades, exige a interação de duas tendências opostas: uma tendência integrativa, que os inclina a funcionar como partes de um todo maior, e uma tendência auto afirmativa, ou auto organizadora, que os leva a funcionar para a preservação de sua autonomia individual.
Resultando uma nova maneira de pensar – um pensamento que se processa fazendo uso de termos como conexidade, relações, padrões e contexto.
De acordo com a visão sistêmica, as propriedades essenciais de um organismo, ou sistema vivo, são propriedades do todo, propriedades que nenhuma das partes possui. Elas surgem das interações e relações entre as partes. Estas partes não são isoladas, e a natureza do todo é sempre diferente da mera soma das suas partes.
Cada uma das moléculas do nosso corpo já fez parte de outros corpos.
Não são só as moléculas da vida que temos em comum com o restante do mundo vivente, mas também os princípios básicos de organização vital.
O avanço decisivo da concepção sistêmica da vida foi o de ter abandonado a visão cartesiana da mente como uma coisa, e de ter percebido que a mente e a consciência não são coisas, mas processos – processo mental.
Desta forma também devemos pensar na integração do meio físico com o extrafísico, ou como nos ensina Kardec do mundo corpóreo para o incorpóreo, do plano físico e do plano espiritual, tudo se integra numa grande rede, a teia da vida.
A teia da vida consiste em redes dentro de redes, vida corpórea e vida espiritual integrada e ligada uma as outras, interagindo com outros sistemas.